Maior satisfação com o trabalho, menos exaustão, melhor sono. Os benefícios de trocar o escritório pela sala de casa enumerados pelos trabalhadores a quem foi dada essa oportunidade foram corroborados por dois estudos citados pelo The Huffington Post, a propósito da tempestade que deixou vários norte-americanos “presos” em casa. Mas os empregadores também ficam a ganhar: os investigadores concluiram que os melhores trabalhadores são também os que mais provavelmente sobressairão no desempenho da suas tarefas a partir de casa.
A Universidade de Stanford analisou os casos de 255 funcionários de uma agência de viagens chinesa. Metade trabalhou de casa ao longo de nove meses, enquanto a outra metade se manteve no escritório. Os dois grupos fizeram os mesmos turnos. E se o desempenho no grupo dos que ficaram na agência se manteve estável, o dos que ficaram em casa, aumentou 13% (em vendas e interações com clientes). A produtividade por minuto também aumentou, um facto que os investigadores atribuem ao ambiente menos ruidoso, menor número de pausas e menos faltas por doença.
Apesar dos resultados, quando o período de teste terminou e os trabalhadores puderam escolher entre continuar a trabalhar de casa ou voltar ao escritório, cerca de metade escolheu voltar – o mesmo para três quartos dos que tinham ficado na agência. Foram os funcionários mais produtivos os que, na maioria, escolheram trabalhar a partir de casa.
“O nosso conselho é que as empresas, pelo menos, se abram à possibilidade de os funcionários trabalharem a partir de casa ocasionalmente”, escreve o autor do estudo, publicado no Harvard Business Review.
Outra investigação aponta um benefício diferença do trabalho à distância: a qualidade do sono. O estudo, conduzido sobre 500 trabalhadores, concluiu que os que têm horários mais flexíveis têm menos deficiência de sono.
Pesquisas anteriores já tinham apresentado conclusões no mesmo sentido destas duas: Em 2007, uma análise de 46 estudos descobriu que trabalhar de casa aumenta a produtividade, diminui o stress e aumenta a satisfação com o trabalho. Já no ano passado, um estudo da Universidade de Calgary concluiu, sem surpresas, que no campo da produtividade, a personalidade importa: Os trabalhadores honestos, conscientes e satisfeitos com o seu trabalho eram produtivos em casa, ao contrário dos que já tinham tendência para procrastinar.