Talento precoce “Comecei a surfar com 6 anos, na praia da Poça, no Estoril, com o meu pai a empurrar-me na espuma das ondas. Entrei nos primeiros campeonatos aos dez anos.”
O estímulo da competição – “Quando comecei a treinar com o grupo Surftechnique, do David Raimundo e do Nuno Telmo, ainda miúdo, senti o meu surf melhorar e percebi que tinha talento, mas também que teria de trabalhar muito para chegar ao topo e atingir o nível exigido. Gosto muito da competição, é algo que faz parte de mim desde pequeno. Não consigo explicar porquê, mas acabo por surfar melhor quando estou a competir.”
Influências e referências – “Na vida, as minhas grandes referências são os meus pais e a minha família. No surf, admiro bastante o percurso do Tiago Pires (Saca), que é sem dúvida o melhor surfista português de todos os tempos.”
Treinos diários – “Mal acordo, vou logo ver o mar. Se estiver bom, faço um treino pela manhã e depois vou ao ginásio. Normalmente almoço com a minha namorada ou com amigos e, da parte da tarde, se as ondas o permitirem, volto a surfar. Ao final do dia faço habitualmente uma sessão de fisioterapia.”
Sacrifício – “Não basta só surfar bem e muitas vezes. O nível de sacrifício é enorme, a intensidade dos treinos está cada vez mais alta e a importância dos pequenos detalhes é crucial. Felizmente tenho uma grande equipa por trás de mim, que me ajuda em todos os aspetos da minha carreira, e me permite focar apenas no mais importante: surfar.”
Pranchas de eleição – “São sempre feitas pelo Nick Urrichio [norte-americano que vive na Ericeira e ali criou a Semente, marca icónica do surf português], que me patrocina há vários anos.”
Campeão do mundo em casa – “Foi um sentimento indescritível. Foi o culminar de um ano de muito trabalho, esforço e dedicação.”
Há vida para lá do surf? – “Sou um apaixonado por corridas automóveis e tatuagens. Também gosto de andar de bicicleta e de passear por Lisboa com a minha namorada.”
Ambição – “O meu principal objetivo, neste momento, é fazer a passagem de júnior para sénior e cumprir o meu grande sonho: ingressar no circuito mundial ASP (Association of Surfing Professionals).”
Ondas preferidas – “O meu local favorito continua a ser a praia da Poça, foi lá que comecei a surfar e os meus pais têm a concessão da praia. A Ericeira é outro dos locais de eleição, mas no que diz respeito à surfada de sonho, talvez o Taiti ou as Ilhas Fiji.”
Gratidão – “Foi graças ao David Raimundo e ao Nuno Telmo que me iniciei na competição, foram eles que conseguiram incutir em mim um método de treino. Sair da água, em Ribeira de Ilhas, como campeão do mundo aos ombros deles… foi um momento muito especial.” ?
O surfista da linha de Cascais foi campeão nacional aos 11 anos. Aos 19, conquista o título mundial.