Na zona nascente da praia, onde em 2009 ocorreu o acidente, são muitas as pessoas que aproveitam os recantos junto às arribas para gozar o sol e o mar.
Entre o que resta do penedo que esteve na origem do acidente e as arribas que o rodeiam, Teresa Lebre reconhece ter visto os sinais de perigo e recordar-se das notícias de então, mas desvaloriza o risco: “Se cai e estivermos aqui, pois claro que é perigoso! Mas toda a gente está aqui e pensamos que não há assim tanto perigo que isto vá cair em cima de nós”.
Perto da sombra de uma arriba está também Domingos Rosado e a mulher, de férias no Algarve, que dizem escolher locais menos perigosos normalmente.
“Não é hábito. Normalmente apanhamos um pouco de sol e trazemos chapéu-de-sol. A nossa presença na praia é sempre mais ou menos a andar. Estar aqui agora é uma situação pontual porque viemos por uma hora e não valia a pena trazer o chapéu”, afirma.
“Houve um acidente nesta zona há uns anos e evidentemente que sempre pensamos nessa situação, embora a praia até esteja bem sinalizada em termos de perigo”, acrescenta.
Mais perto do mar está Nuno Conde e a família que, apesar de se recordar da derrocada de 2009, não sabia que se tinha dado naquela praia.
“Não sabia do perigo. Desci as escadas e não estava lá nada a indicar”, diz, acrescentando que se afastou das arribas exatamente por se preocupar com a segurança da família.
Perto de uma arriba assinalada com sinal de perigo, um grupo de jovens espanhóis também não estão preocupados: “Se soubesse [do acidente] teríamos ficado mais afastados”, esclarece um dos jovens, Sérgio Mas, admitindo ter visto os sinais.
Desde 2009, a Administração da Região Hidrográfica do Algarve já procedeu a 40 derrocadas controladas com vista à antecipação de desmoronamentos naturais e foram colocadas 200 placas informativas de risco em 75 praias algarvias a par de 200 tabuletas de indicativas de arriba.