Que melhor mês que este, em que se se festejam as festas de Lisboa, para se (re)visitar a cidade que existia antes do Terramoto de 1755?
É tudo uma grande confusão. A cidade de Lisboa festeja, dia 13 de junho, Dia de Santo António, que nem nasceu nesse dia nem é, sequer, o padroeiro de Lisboa…! Vamos lá pôr tudo isto em ordem e festejar como deve ser.
O padroeiro de Lisboa é São Vicente, santo mandado matar pelos romanos, protegido pelos cristãos dos Algarves, resgatado por D. Afonso Henriques e sempre acompanhado pelos corvos que se tornaram símbolo da cidade. E Santo António? É um santo do povo, casamenteiro, padroeiro dos namorados, protetor dos pobres, santo dos objetos perdidos… com dotes tão terrenos que mais depressa se aproximou das gentes da Lisboa que o viu nascer.
As festas da cidade celebram-se a 13 de junho – data que, presume-se, coincide com a da sua morte. Mas a confusão não para aqui. Porquê festejar a sua morte, que foi em Pádua, e não o seu nascimento, em Lisboa? Os santos ficam conhecidos pelo sítio onde morreram, pelo que o Santo Antoninho alfacinha é conhecido, por esse mundo fora, como Santo António de Pádua – e não de Lisboa.
Quadra popular
Santo António, Santo António
Ó meu Santo milagreiro
Arranja uma moça bonita
Para um rapaz solteiro.
Ó Santo António de Lisboa
Tu que tens fama de casamenteiro
Se o casamento fosse coisa boa
Tu próprio não ficavas solteiro!
Ó meu rico Santo António,
és um santo popular,
na tua festa
não falta sardinha para assar.
Santo António
Santo Antoninho
Dá-me um copo de água
Que eu dou-te um de vinho.