A actriz foi ouvida durante uma hora nas instalações da Polícia Judiciária (PJ), em Lisboa, para tentar esclarecer o que aconteceu no passado dia 3 de Junho, quando uma violenta explosão destruiu o seu apartamento em Algés.
Como consequência da explosão de gás, Sónia Brazão ficou gravemente ferida e esteve internada até ao dia 18 de Julho no Hospital de S. José com queimaduras de 2º e 3º graus.
As autoridades querem saber se a fuga de gás que levou à explosão aconteceu de forma intencional ou por negligência.
Contactada pela SIC, a actriz não quis fazer qualquer comentário.
Três dias antes de ter sido ouvida na PJ, a atriz deu uma entrevista à revista CARAS onde garante que não se recorda do que aconteceu no dia da violenta explosão em sua casa, há um mês e meio.
– Agora que teve alta, que tipo de tratamentos implica a sua recuperação? Sónia Brazão – Essencialmente, faço fisioterapia dia sim, dia não, muita hidratação da pele e laser nas partes que estavam com menos mobilidade, em especial no braço esquerdo, a que fui operada. (…)
– Se sofreu queimaduras de segundo e terceiro, graus como é que ficou sem marcas? – Não temos a noção do trabalho de uma unidade de queimados e de como as coisas estão a evoluir! Como é algo que nos faz muita impressão, preferimos ignorar. As queimaduras foram de segundo e terceiro graus, mas a minha pele regenerou muito bem. – O tratamento passou pela utilização de membranas amnióticas? – Sim. Mas é um tratamento que só dá para queimaduras de segundo grau. Assim que me tiraram a ventilação, as coisas foram encaixando umas nas outras e o milagre aconteceu. Graças a Deus a pele reagiu muito bem ao tratamento e começou a cicatrizar de uma forma espantosa, com melhorias de dia para dia. (…)
– Tem sido muito acarinhada por todos, em especial pela sua mãe… – Sim, ela é uma força da natureza! Foi muito duro para mim, mas para quem acompanha é igualmente difícil, pois vive a realidade, enquanto nós, de certa forma, estamos numa redoma. A minha mãe levou com a pressão cá de fora, com as incertezas, agora está muito cansada… – Foi difícil ver a dor da sua mãe? – Muito. As dores físicas estavam atordoadas pela medicação, agora ver a incerteza nos olhos da minha mãe e do meu irmão… Isso foi o mais difícil. Depois, o facto de me estarem a ver assim e não me poderem tocar… Foram momentos muito emocionantes e que me custaram muito. Por isso, a primeira coisa que disse à minha mãe foi: “Eu vou sair daqui, prometo.” – O amor deles foi fundamental… – O amor deles é que me deu força. – Como é que reage às notícias de que teria tentado suicidar-se? – Há imprensa que quer vender papel seja como for, independentemente de ser verdade ou mentira. Não posso fazer nada contra isso… Palavras leva-as o vento e só têm importância naquela semana. Pelo senso comum, ninguém se mete dentro de uma casa para se queimar! – E já foi contactada pela polícia? – Ainda não, o meu irmão é que está a tratar de tudo. Para já, o objetivo é tratar de mim, até porque essa é a indicação dos médicos. (…)
– O acidente mudou as suas prioridades? – Completamente. Vou passar a dar importância às pequeninas coisas que dava como garantidas. – Não se recorda do que passou… – Não e para já os médicos nem querem. Há coisas que apaguei e, segundo os médicos, é um mecanismo de defesa. Sofri um traumatismo craniano, tenho uma cicatriz na cabeça e não sei se também será por isso… O facto é que não tenho qualquer memória. – Está com uma grande sede de viver? – Estou com vontade de saborear a vida.