A descida faz-se a pique – curva apertada, logo seguida de contracurva. Sinais de trânsito proibido ignorados por todos, enquanto não abre a época, outros que assinalam a zona de cruzamento de carros. Pode imaginar-se, de imediato, que chegar à escondida praia da Arrifana, em pleno Verão, será um tormento. Confirma-o Carlos Barbosa, 39 anos, um habitué: “Já tive de ajudar duas raparigas que saíram do carro assustadas porque não conseguiam travá-lo.” O mar, quando enche, rouba muita areia e, para se estender a toalha, restam quase só pedregulhos. Nada que incomode os imensos surfistas – quase todos estrangeiros – que frequentam esta bonita praia integrada no Parque Natural do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina. A água, fria, é ondulada, numa constante luta contra a falésia escura que abriga o areal das nortadas. Perfeito, há-de pensar Rui Horta, 31 anos, o engenheiro informático que foge da Costa de Caparica, sempre que pode, à procura de ondas. “No Verão, nunca cá venho, tem muita gente; o meu limite é Junho”, conta, antes de apertar o fato de lycra e correr para o mar, de prancha debaixo do braço.
A evitar: a maré cheia, porque a praia fica quase só com pedras
Atractivos: areal abrigado da nortada; mar ideal para a prática de surf; carros podem descer até perto da escada que acede à praia
A não perder: o pôr do Sol apreciado cá de cima, junto das ruínas de uma fortaleza