António Costa prometeu fazer diferente de quem já o antecedeu com maiorias absolutas em São Bento; e começou já esta noite pela sua declaração de vencedor, quando passavam cinco minutos da meia-noite: curta e clara sobre aquilo a que se propõe a fazer para os próximos quatro.
O primeiro-ministro reeleito defendeu que o resultado obtido nas urnas este domingo foi um “cartão vermelho” à esquerda, por ter provocado a crise política que conduziu a estas eleições, e compromete-se não só a contrariar a ideia que os portugueses têm das maiorias absolutas, disponibilizando-se a dialogar com todos os partidos à exceção do Chega, e a levar a cabo reformas.
“Uma maioria absoluta não é poder absoluto; não é governar sozinho. É uma responsabilidade acrescida, é governar com todas e todos os portugueses. Esta maioria será de diálogo, com todas as forças politicas que representam na Assembleia da República os portugueses”, disse, sempre quase interrompido por palavras de ordem de elementos da Juventude Socialista.
Segundo Costa, “os portugueses mostraram um cartão vermelho a qualquer crise política. Manifestaram o seu desejo de nos próximos anos voltarem a ter estabilidade“. Mas também considera que lhe foi pedido negociação com as outras forças políticas: “Devo interpretar esta vitória como o um voto de confiança; de promover os consensos necessários no Parlamento, na Concertação Social”.
Há ainda “uma missão muito clara” que considera ter-lhe sido entregue nestas legislativas: “virar a pagina da pandemia, mobilizar todas sinergias”. “Ao mesmo tempo que estão criadas as condições para um conjunto de reformas“, assegurou.
“Nunca pisaremos o risco”, principalmente com Belém e Parlamento
Costa assegurou que a sua relação com Marcelo, mas também com o Parlamento, não vai sofrer alterações: “O primeiro garante é de que nunca pisaremos o risco”. “Nunca houve um período tão longo da nossa história onde o relacionamento entre o governo e o Presidente da República e o Parlamento tenha sido tão pacífico como nos últimos seis anos”, disse, frisando que, apesar de que “a maioria nasceu da vontade dos portugueses”, “os grandes desafios desta legislatura é conciliar os portugueses com a ideia das maiorias absolutas“.
Para já espera que Belém o indigite primeiro-ministro, para poder formar um Governo “mais curto e enxuto”, além de “verdadeira task-force” para a recuperação do País. “Quando for indigitado, promoverei reuniões com todas as forças políticas. Entendo que é nosso dever, com responsabilidade acrescida, de manter este diálogo ao longo de toda a legislatura”, acrescentou.