A campanha de Suzana Garcia, que concorre à Câmara Municipal da Amadora pela lista “Dar Voz à Amadora”, que coliga PSD, CDS-PP, Aliança, MPT e PDR, decidiu, esta semana, ultrapassar as fronteiras daquele município, ao colocar um outdoor diante da Assembleia da República, em Lisboa. No cartaz de campanha, onde figura, bem visível, o rosto da mediática candidata, Suzana Garcia deixa a promessa que “o sistema vai tremer” no dia das eleições autárquicas, agendadas para 26 de setembro.
Esta não é, aliás, a primeira vez que um candidato autárquico de outra localidade decide levar a sua mensagem até à capital. O candidato do PS à Câmara Municipal de Viseu, João Azevedo, também deputado no Parlamento, colocou, no início deste mês, um cartaz de campanha na Segunda Circular, junto ao aeroporto Humberto Delgado, em Lisboa – a mais de 300 quilómetros dos seus eleitores. “Viseu com voz nos centros de decisão”, lê-se no outdoor. Questionada pela VISÃO sobre esta singularidade, a Comissão Nacional de Eleições não se pronunciou, até ao momento.
Contactada pela VISÃO, Suzana Garcia explica a iniciativa com o objetivo de que, consigo na presidência da autarquia, a Amadora vai “passar a ter voz no centro de decisão do poder central”. “Isso só será possível com uma presidente que não seja amorfa e inoperante. Se poucas pessoas conhecem a Carla Tavares [presidente da Câmara da Amadora, desde 2013, e candidata a novo mandato pelo PS] na Amadora, fora da cidade ninguém sabe quem é a presidente deste que é um dos concelhos com maior densidade populacional do país. Comigo isto vai mudar”, afirma.
A advogada e ex-comentadora da TVI continua a fazer mira ao “sistema” que, garante, insiste em querer “evitar” a sua vitória a todo o custo. Bem ao seu estilo, Suzana Garcia aponta baterias ao poder socialista, não só na Amadora, mas também no país, e admite que os seus resultados nas Autárquicas possam servir como um ponto de partida para uma mudança alargada a nível nacional.
“Portugal tem um sistema podre, onde impera a corrupção, a impunidade e o compadrio. Tornei-me uma figura pública precisamente por afrontar sempre esse sistema instalado. Fui escolhida para encabeçar esta coligação porque era a única capaz de combater a hegemonia socialista na Amadora que, infelizmente, também, se repete no país. Caindo a Amadora, a hegemonia socialista no país irá tremer também. O sistema vai tremer por vários motivos. Antes de mais, porque acabará o mito de que o centro-direita não consegue vencer na Amadora. Depois, porque a Amadora contará com uma nova presidente livre e independente das amarras do sistema. E, em último, mas igualmente importante, porque este será um sinal de mudança para o país: o início do fim do reinado do Dr. António Costa”, diz à VISÃO.