Segunda-feira à noite, feriado nacional, comemoração da Restauração da Independência, em 1640. Mas a política não para: na RTP, os candidatos presidenciais António José Seguro e Jorge Pinto encaminham-se para o estúdio onde, dentro de minutos, decorrerá o debate televisivo entre ambos. Os comentadores estão a postos, nos estúdios dos vários canais noticiosos, de bloco e caneta ou tablets para tomarem as suas notas sobre o desempenho de cada um dos candidatos. Ainda não imaginam que, afinal, o assunto que terão de comentar é outro, completamente diferente…
Os telejornais, que ainda decorrem, colocam em primeiro plano e em “última hora” aquela que será a notícia do dia: o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, sentiu-se mal, à saída de Amarante, que visitara nesse dia. Dores abdominais e vómitos eram os sintomas e, contactados os médicos da Presidência, foi aconselhado a, em vez de seguir diretamente para Lisboa, fazer “uma escala” no Hospital de São João, no Porto, onde efetuará alguns exames. Na mouche: mesmo a tempo de ainda salvar a porção de intestino “sequestrada” pela “hérnia encarcerada” diagnosticada, Marcelo foi de imediato encaminhado para o bloco operatório.

