A proposta de Orçamento de Estado para 2025 pré-aprovada segunda-feira já está fechada e Montenegro mostrou-se está absolutamente convicto” de que o documento, que vai ser entregue quinta-feira no Parlamento, vai ser viabilizado. Dois dias antes da data limite para a entrega do Orçamento de Estado para 2025 na Assembleia da República, o primeiro-ministro deu uma entrevista à SIC, em que declarou “todas as razões para estar otimista”, embora escusando-se a detalhar como foi a conversa telefónica com Pedro Nuno Santos, minutos antes, para informar o líder socialista de que o Governo já tinha chegado a uma proposta final.
O OE que vai chegar à Assembleia da República na quinta-feira é um orçamento “que contempla todas as bases da negociação” que o Governo fez com o Partido Socialista, garantiu Montenegro, que adiantou que apenas um ponto ficou de fora do acordo e é relativo à descida do IRC – que não foi uma “birra”, frisou, mas “uma visão diferente”-, com o Executivo a recusar o compromisso de abdicar de novos desagravamentos no resto da legislatura. “Não faz sentido condicionar o Governo dessa maneira”, considerou.
Sobre o outro ponto fraturante, o do IRS Jovem, o chefe do Governo admite que a solução agora inscrita da proposta de Orçamento para 2025, com o contributo do PS, “talvez” até seja mais equilibrada do que a que o Executivo tinha inicialmente.
Fechada a proposta mas não a decisão do PS
No final de uma longa reunião do grupo parlamentar do PS, que demorou mais de cinco horas e terminou já de madrugada, Nuno Santos, permaneceu em silêncio e foi Alexandra Leitão quem falou aos jornalistas para anunciar que o sentido de voto no orçamento não está fechado e depende da proposta que vai ser aprovada esta manhã em Conselho de Ministros.
“O Partido Socialista ainda não tomou, o secretário-geral ainda não tomou uma decisão quanto ao sentido de voto. Quando tomar ela será, em primeiro lugar, anunciada na Comissão Política Nacional”, garantiu a líder parlamentar, sublinhando que “não está fechada a decisão quanto ao sentido de voto” do PS no Orçamento do Estado.
“Foi uma decisão que o senhor primeiro-ministro tomou. Vamos ver o que é que vem no orçamento. Esse agora é o ponto essencial, é podermos ver o orçamento”, insistiu.
A dirigente socialista sublinhou que, apesar das duas linhas vermelhas que o PS traçou, o orçamento é composto por “centenas de medidas” que os socialistas têm que analisar e “muitas delas não vão ao encontro daquilo que são as políticas públicas e o programa eleitoral do Partido Socialista”.