O Chega continua a liderar o “campeonato” das redes sociais, entre os partidos. André Ventura não inventou nada, mas as técnicas de comunicação modernas que importou dos movimentos da direita radical populista continuam a resultar. Os números não mentem. O Chega é líder no Instagram, com 194 mil seguidores, a rede social mais utilizada pelos portugueses. No TikTok, tem 55 mil. Os vídeos de André Ventura e de Rita Matias tornaram-nos “estrelas” entre os mais novos. O guião está definido, passa pela exploração de sentimentos negativos ou emotivos, na linha com o que fazem todos os partidos do mesmo espectro político. O diálogo online permitiu acentuar a tendência para criar “narrativas”, capazes de criar verdades alternativas e perceções. Nada disto, porém, é feito ao acaso. “[As fake news e a desinformação] são uma estratégia política”, admitem atuais e antigos militantes do Chega. E não há dias de folga. Fonte que conhece bem o quotidiano do partido explica, à VISÃO, que “não há nada que seja publicado [nas plataformas online] por dirigentes ou deputados que André Ventura desconheça ou não controle”. “Pode haver, claro, um comentário individual, espontâneo, numa rede social, mas tudo o que é, de facto, importante para o partido passa sempre pelo aval do presidente do Chega”, assegura. À VISÃO, um militante do Chega, que pede anonimato, explica como tudo se processa. “Normalmente, os pedidos chegam diretamente da assessoria de comunicação, próxima de André Ventura. Os conteúdos são partilhados através dos grupos de WhatsApp das distritais e das concelhias [do Chega]. A partir dali, as mensagens são reenviadas para outros grupos, formados por militantes e apoiantes.
Política nas redes sociais: O “campeonato” do Chega
Foto: Lucília Monteiro
Política nas redes sociais: O “campeonato” do Chega
“Estrelas” no TikTok, André Ventura e Rita Matias lideram a presença do Chega nas redes sociais. O partido segue o guião importado dos movimentos da direita radical populista