Antes mesmo de Luís Montenegro começar a governar, há quem preveja que, em breve, lhe colocarão uns patins. Mas se o equilíbrio é instável, a missão não é impossível. Segundo se comenta nas cúpulas da AD, o momento é de “nervos de aço e coesão à prova de bala”, e isto, “independentemente do que cada um pense, agora, sobre a estratégia de alianças ou acordos” (sempre com o espetro do Chega em pano de fundo). Localização do novo aeroporto de Lisboa, nova tranche do PRR, plano de emergência para as consultas no SNS, estabilização da conflitualidade social nas áreas da Segurança Interna, Justiça, Saúde, Educação e Agricultura, procurando pacificar corporações como as dos polícias, oficiais de justiça, médicos, professores e agricultores. Estes são os quatro trabalhos de Hércules do Governo de Luís Montenegro, para os próximos seis meses, sendo que alguns resultados terão de ser apresentados antes das eleições europeias, a 9 de junho. O primeiro-ministro indigitado, que deverá tomar posse na próxima terça-feira, 2 de abril, mantém-se numa corrida contra o tempo.
Segundo a VISÃO apurou, Montenegro terá recebido e tomado em boa conta os conselhos de Cavaco Silva sobre como se deve formar um governo, em ambiente de reclusão, evitando fugas de informação e ouvindo um número muito restrito de colaboradores. Em 1985, o então líder do PSD hospedou-se numa estalagem, fora de Lisboa, e blindou o governo com a “virtude original” da discrição e do sigilo. Luís Montenegro passou as últimas semanas largamente incomunicável, tendo conversado com pouca gente sobre a orgânica que tem em mente, de tal forma que o único nome mais ou menos conhecido, no início desta semana, era Hugo Soares – e mesmo esse para líder da bancada parlamentar e não para o executivo. E dizemos “mais ou menos”, porque até essa notícia, transmitida por Marques Mendes, domingo, 24, à noite, na SIC, e confirmada por alguns meios de comunicação no dia seguinte, pode ser ainda uma manobra de diversão, como adverte uma fonte social-democrata…
Depois de reposto
o tempo de serviço dos professores, virão outros
setores exigir tratamento igual. Montenegro vai
caminhar em gelo fino, procurando diluir soluções no tempo