Luís Miguel Silva, adjunto de Miguel Albuquerque, Susana Prada, ex-secretária regional do Ambiente, e o seu marido, António Prada, administrador do Grupo Pestana, estão, segundo um despacho judicial, entre os suspeitos da operação da Polícia Judiciária que levou à detenção do presidente da Câmara Funchal, Pedro Calado, e os empresários Avelino Farinha e Custódio Correia. Nesta investigação, o presidente do governo regional da Madeira, Miguel Albuquerque, foi constituído arguido.
Tal como na Operação Influencer, Nuno Dias Costa é o juiz de instrução deste processo. No despacho que autorizou as buscas, o magistrado judicial incluiu também como “suspeitos”, os gestores Bruno de Freitas, ligado ao Hotel Savoy, e José Tavares da Silva, relacionado com o grupo liderado por Avelino Farinha.
No que diz respeito a Pedro Calado e a Miguel Albuquerque, a procuradora do Ministério Público Rita Madeira referiu que os “sustentam os indícios apurados” que o presidente do governo regional da Madeira e o presidente da câmara do Funchal “se articulam entre si e exercem influência um sobre o outro”. Po outro lado, continuou a procuradora, os dois titulares de carogos políticos e o empresáiro Avelino Farinha, dono do Grupo AFA, criaram uma “relação de particular proximidade e confiança”, na qual Pedro Calado “atuou, e atua ainda, como denominador comum aos outros suspeitos(…), de modo a acautelar os interesses do Grupo AFA junto do Governo Regional”.
O Ministério Público coloca, por sua vez, o adjunto de Miguel Albuquerque como “interlocutor privilegiado para a recepção de diversos intervenientes, pedidos de intervenção em procedimentos concursais, contratação de pessoal ou intermediação de assuntos entre privados e o governo regional”.
Segundo uma nota da PJ, no âmbito de três inquéritos dirigidos pelo Departamento Central de Investigação e Ação Penal, foram executadas 130 buscas domiciliárias e não domiciliárias na Madeira (Funchal, Câmara de Lobos, Machico e Ribeira Brava), na Grande Lisboa (Oeiras, Linda-a-Velha, Porto Salvo, Bucelas e Lisboa), em Braga, Porto, Paredes, Aguiar da Beira e Ponta Delgada (Açores).
As detenções do presidente da Câmara do Funchal, Pedro Calado (PSD) e de dois gestores do grupo AFA ocorreram às 14:15, acrescenta a Polícia Judiciária.
Na operação policial participaram dois juízes de Instrução Criminal, seis magistrados do Ministério Público e seis elementos do Núcleo de Assessoria Técnica da Procuradoria-Geral da República, bem como 270 investigadores criminais e peritos da PJ.