“Valorizar a militância”, “Um novo Contrato Social Local por Lisboa”, “Mais Cibersegurança”. Estas são três das 45 moções setoriais que serão discutidas e votadas no 24º Congresso do Partido Socialista, que começa, esta sexta-feira no Centro de Congressos, no Parque das Nações. Entre o rol das moções setoriais encontra-se também o documento “Contra a troca de bebés em Portugal”, subscrito pelo militante socialista Luís Pedro Gonçalves, o principal dinamizador da teoria da conspiração que acredita num esquema oculto de troca de bebés nas maternidades, levado a cabo pelos serviços secretos.
Admitida como “moção setorial”, o documento terá que ser votado pelos congressistas e o subscritor, um ex-deputado municipal no Seixal, até terá ao seu dispor alguns minutos, na manhã de domingo, para apresentação do documento.
Segundo o texto, por detrás da troca de identidades dos bebés nas maternidades portuguesas estão os serviços secretos. “Evidências trazidas a público nos últimos tempos acerca das suas ações, e mais concretamente, no que respeita a trocas de identidades entre recém-nascidos em maternidades portuguesas, enganando intencionalmente os pais e influenciando definitivamente a vida das crianças trocadas; num tipo de ação articulada que só podia ser promovida pelo Estado Português, levaram à nossa consternação com sentimentos de revolta e repulsa”, refere o subscritor.
E, de acordo com o autor, só há um responsável – Marcelo Rebelo de Sousa, Presidente da República: “Dado, por um lado, a situação atual em que houve e continua a haver trocas de bebés, e, por outro, o tipo de organismo em causa (falamos dos serviços secretos), e a disposição hierárquica no Estado (que têm os serviços secretos nos patamares mais elevados), para garantir que os mesmos organismos e agentes incumbidos de levar a cabo este tipo de prática recebem ordem para parar, é preciso assegurar que a ordem vem mesmo do topo da hierarquia; e isso significa que esta ordem deve vir do Chefe Supremo das Forças Armadas Portuguesas – Sua Excelência o Senhor Presidente da República.”
O subscritor da moção setorial defende ser urgente uma “ordem para parar com este tipo de ação” e que a mesma deve ser “dada de forma pública, para não deixar dúvidas a ninguém, nem deixar margem para más-interpretações”. Para Luís Pedro Gonçalves, militante 81399, o PS deve posicionar-se “de forma clara e inequívoca contra a troca de bebés em Portugal”.
O congresso do PS, que começa esta sexta-feira, dia 5, e estende-se até domingo, irá contar com uma intervenção de António Costa e duas de Pedro Nuno Santos. O primeiro-ministro em gestão fará um discurso de abertura, logo a dia 5, já o seu sucessor irá guardar-se para os dois dias seguintes e ficará responsável pelo encerramento.