“O relatório aprovado reflete apenas a vontade da maioria parlamentar que suporta o Governo, e prescinde do apuramento da verdade dos factos.”
Descontextualizada, esta frase poderia facilmente ser atribuída a um dos deputados da oposição na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) à gestão da TAP, cujo relatório final vai a votos, nesta quinta-feira, 13, com aprovação garantida pelos socialistas, apesar das críticas sonoras dos restantes partidos. Quando, na verdade, foi dirigida ao PSD, há dez anos, por deputados do PS. Foi escrita pelos então parlamentares Ana Catarina Mendes (atual ministra Adjunta e dos Assuntos Parlamentares), Filipe Neto Brandão, João Galamba (ministro das Infraestruturas) e Hortense Martins, numa declaração de voto na CPI aos produtos financeiros swaps, subscritos por oito empresas públicas, com um impacto potencial de três mil milhões de euros nas suas contas.