O empresário David Neeleman tentou, durante o processo de privatização da TAP, usar o chamado “negócio Airbus” como uma via para capitalizar a empresa. A proposta, porém, mereceu reservas por parte da Parpública e do seu assessor financeiro, o Citigroup. Numa segunda fase, o consórcio Atlantic Gateway, que integrava Humberto Pedrosa, dono da Barraqueiro, aparentou ter abandonado a ideia, retomando-a só quatro dias após o governo de Pedro Passos Coelho ter anunciado o vencedor da privatização. Vários documentos confidenciais a que a VISÃO teve acesso permitem reconstituir todo o histórico de um negócio que terá lesado a TAP em 444 milhões de euros. O dinheiro que serviu para a capitalização da TAP teve origem na Airbus e a companhia aérea portuguesa comprou aviões acima do valor de mercado.
O Ministério Público já abriu um inquérito ao caso. Na Comissão Parlamentar de Inquérito, PS e Bloco de Esquerda (BE) pretendem colocar o tema em cima da mesa.