O líder da bancada do PSD na Assembleia Municipal de Lisboa (AML), Luís Newton, acusou, esta quarta-feira ao início da noite, os socialistas de “hipocrisia” política, por terem feito exigências ao presidente da Câmara de Lisboa, Carlos Moedas, para permitirem a aprovação de um empréstimo de 15,3 milhões de euros destinados à recepção do Papa, em agosto.
Em causa está uma falha, como a VISÃO deu conta, que ocorreu ao início da noite de terça-feira, na reunião da AML, quando a presidente deste órgão, Rosário Farmhouse (PS), deu como aprovada a proposta do empréstimo, apesar de o documento ter sido chumbado por falta de votos favoráveis suficientes (foram 25 e eram precisos 38, como estabelece a lei).
Já esta quarta-feira, assumido o lapso, o líder da bancada do PS, Manuel Portugal Lage, veio mostrar disponibilidade para resolver o problema, permitindo que oito deputados socialistas se juntem à direita na próxima votação, mas exigiu duas contrapartidas: que Carlos Moedas revele o valor total que o município pretende pagar pela Jornada Mundial da Juventude (JMJ) e que o Executivo volte a colocar cinco obras de equipamentos sociais no orçamento de 2023/2024 da Sociedade de Reabilitação Urbana (SRU).
Assembleia Municipal cometeu engano ao considerar aprovado empréstimo para JMJ, quando votação realizada não deu luz verde à proposta do Executivo de Carlos Moedas
Luís Newton veio agora lamentar que, após o caso “muito grave” que aconteceu na AML – quer “do ponto de vista procedimental, pela ligeireza com que foi anunciado um resultado que não era conforme com a lei”, quer “do ponto de vista político” – “a atuação do PS é, a todos os títulos, reprovável”.
“Na reunião de terça-feira feira o líder de bancada socialista anunciou à AML que o partido iria viabilizar a proposta, quando sabia que a abstenção não seria suficiente. E hoje, depois de se conhecer o erro dessa votação, inconsciente ou deliberada, em declarações à imprensa, vem impor contrapartidas para a aprovação da proposta. Algo que ontem disseram que não fariam. Mais, como se não tivesse sido o PS a parte ativa no compromisso para a realização da JMJ.”, acusa o líder da bancada laranja, que é também o presidente da concelhia do PSD/Lisboa
Newton defende que “quando tomamos uma decisão política, assumimos as consequências dela e não lançamos mão a expedientes para as tentar escamotear”. Por isso, é lapidar para com o PS. “A verdade é só uma: o PS votou contra as JMJ sem ter a coragem de o afirmar. E hoje ficou clara a hipocrisia da sua intervenção de ontem“.