É o fim em solo nacional dos “enjeitadinhos”, termo pelo qual muitos na Proteção Civil se referem aos seis helicópteros russos Kamov, que o Ministério da Defesa decidiu agora oferecer à Ucrânia. Numa altura em que tem estado debaixo de fogo, Kiev aceitou sem pestanejar as controversas aeronaves pesadas – que custaram quase €50 milhões, há 16 anos, e que eram usadas no combate aos fogos –, até mesmo aquela que não passa de uma carcaça desde 2012. Por cá, ninguém chorou a partida, principalmente aqueles que se recusaram a usar os Kamov ou a recorrer aos seus serviços, como a Força Aérea ou o INEM; porém, o seu rasto de milhões de euros, provocado por contendas entre o Estado e privados, processos judiciais e inquéritos da Justiça, permanecerá para a posteridade.
Conhecidos como os “todo-o-terreno” dos céus, os helicópteros estavam fechados num hangar, em Ponte de Sor, por decisão da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), desde 2018, quando foi detetado um alegado desaparecimento de peças das aeronaves, levado a cabo por uma empresa ucraniana de manutenção, de acordo com a denúncia feita às autoridades na altura.