A concelhia do PSD de Lisboa vai a votos, este sábado, depois de uma campanha marcada pela troca de (duras) acusações entre os dois candidatos, Luís Newton, atual presidente da estrutura concelhia, e o concorrente Alexandre Simões, deputado social-democrata.
Alexandre Simões, 48 anos, decidiu entrar na corrida na sequência da polémica absteção dos deputados do PSD na Assembleia Municipal (bancada encabeçada por Luís Newton), que, no passado mês de julho, contribuiu para chumbar uma proposta que os vereadores da coligação “Novos Tempos”, liderada por Carlos Moedas (e da qual faz parte o próprio PSD) tinham aprovado na reunião da autarquia – e que seria, de facto, aprovada na semana seguinte, depois da alteração do voto dos sociais-democratas.
Ainda assim, Alexandre Simões não esquece este episódio, que classifica como “grave” e “irresponsável”, considerando que o mesmo deveria ter tido “consequências”, como ter levado o PSD de Lisboa a “retirar a confiança política ao líder da bancada municipal [Luís Newton]”. O deputado vai ainda mais longe, acusando o seu adversário de ter “um registo reiterado” e “inaceitável” de “conflituosidade interna”, que diz “só poder ser explicado, eventualmentre, por ambições pesssoais que não são aceitáveis” e que “são prejudiciais para o partido”.
Luís Newton, 45 anos, rejeita estas acusações, garantindo que “a concelhia do PSD tem estado, desde a primeira hora, com Carlos Moedas, tanto durante a campanha eleitoral, como neste primeiro ano de mandato como presidente da Câmara de Lisboa”. “Só posso repudiar e lamentar essa ideia, transmitida pelo outro candidato, de que o PSD de Lisboa não está com Carlos Moedas. É uma ideia falsa e irresponsável, que pode resultar numa imagem negativa e incorreta do partido para o exterior. O PSD não pode ser isto”, diz Luís Newton, que ocupa ainda o cargo de presidente da Junta da Estrela.
O atual presidente do PSD de Lisboa considera que esta “polémica” é “própria de quem não tem ideias para o futuro” e que tem apenas servido para Alexandre Simões “tentar colar o nome de Carlos Moedas a uma das candidaturas, o que é falso”. “O presidente da Câmara de Lisboa está acima das candidaturas internas do PSD e está, como deve estar, equidestante em relação a este processo eleitoral”.
“Guerra” pelo apoio de “notáveis”
Embora o presidente da Câmara de Lisboa se mantenha longe da disputa (e das polémicas), a verdade é que a candidatura de Alexandre Simões tem conseguido garantir, nas últimas horas, o apoio de vários notáveis ligados a Carlos Moedas, como são os casos de Ricardo Mexia, presidente da Junta do Lumiar e diretor de campanha que levou Moedas a liderar a autarquia, e de João Maria Jonet, que integrou o staff dessa candidatura – permitindo supor que vários “moedistas” podem seguir esta opção. Outro nome forte a manifestar apoio a Alexandre Simões é o de Manuela Ferreira Leite, ex-presidente do PSD, apresentada como primeira subscritora desta candidatura.
Por seu lado, Luís Newton anunciou contar com os apoios de Paula Teixeira da Cruz (como primeira subscritora da candidatura), e ainda dos históricos Fernando Seara, Carmona Rodrigues ou Luís Mira Amaral, entre outros.
Desafiados pela VISÃO a apontar para o futuro, os candidatos convergem numa ideia: “Carlos Moedas é a única solução para o PSD alcançar a maioria absoluta em Lisboa em 2025”.
Como principal prioridade do mandato, Luís Newton refere “a necessidade de continuar a capacitar o partido e os autarcas de Lisboa” para “reforçar a atividade dos autarcas junto das comunidades”, tendo em vista “alargar os apoios”, tendo em vista “vencer mais freguesias” e “ajudar Carlos Moedas a alcançar a maioria absoluta na Câmara de Lisboa”.
Já Alexandre Simões indica como principal objetivo “abrir o PSD de Lisboa à sociedade civil, contrariando os últimos anos, em que o partido se ‘fechou’ sobre si mesmo”, para que seja possível alargar “as bases de apoio para que o partido possa conquistar a maioria absoluta nas eleições autárquicas de 2025”.