O homem que se estreou nas estratégias comunicacionais do PCP como técnico do gabinete de Relações Públicas do município de Sesimbra, há 40 anos, mostra-se agora incapaz de explicar publicamente o que aconteceu na polémica receção aos refugiados ucranianos pela autarquia que dirige, o que já levou a buscas da Polícia Judiciária (PJ) nesta semana. Porém, é manifestamente exagerado falar-se, por ora, da morte política de André Martins – o presidente da Câmara Municipal de Setúbal, a favor de quem os comunistas abriram mão da liderança do maior bastião que detêm no País –, ou não fosse o autarca, membro da comissão executiva d’ Os Verdes, o espelho da existência de um partido cuja criação e permanência na arena política nacional terão sempre dependido do comité central do PCP.
O autarca sadino, nascido em Castelo Branco, há quase 69 anos (que completa daqui a um mês), mas que se mudou para uma moradia em Azeitão nos finais da década de 1990, poderá dormir descansado nos próximos tempos. Não há sinais de que a concelhia comunista de Setúbal possa vir a encenar uma retirada de cena, como fez com Carlos Sousa, o então presidente da Câmara Municipal de Setúbal que o PCP afastou sem qualquer explicação, em 2006, e graças à qual o dirigente d’Os Verdes se estreou na vereação daquele concelho.
Primeiro deputado do PEV lembra que houve mão do PCP na recolha de assinaturas, para formar o partido, e na captação de militância