Paulo Mota Pinto, 55 anos, dirigente do PSD, apoiante de Rui Rio, eleito cabeça de lista pelo distrito de Leiria – ele que tem raízes em Pombal, de onde era natural o seu pai, o antigo presidente do PSD, Carlos Mota Pinto –, recebeu-nos no seu apartamento de Lisboa, situado na zona do Campo Pequeno, mesmo em frente ao ministério liderado por Pedro Nuno Santos. “Quase todos os meus livros estão na casa de Coimbra”, adverte, cioso da sua condição de homem de cultura e de académico. Na distendida conversa com a VISÃO, o doutor em Ciências Jurídico-Civilísticas mostra-se moderado, desejoso de ver um PSD unido e sem excluir ninguém. Traça a tática de combate à maioria absoluta do PS – mas também aos partidos à direita, que ameaçam o seu eleitorado – e não se retira de uma eventual candidatuta à liderança do partido.
Já no tempo em que o seu pai, Prof. Carlos Mota Pinto, foi líder do PSD, o partido vivia em tensão permanente entre liberais e sociais-democratas. Tem memória disso?
É verdade que essa tensão sempre existiu e, na altura, havia divergências estratégicas. Faz parte do ADN do partido. Mas o então PPD foi fundado como social-democrata, e essa linha tem sido prevalecente. Ora, não se justifica a ideia de que viva, hoje, uma crise de identidade ou com problemas sobre o seu posicionamento ideológico. Essa diversidade e amplitude de tendências é uma constante. E eu sou contra qualquer tentativa de depuração ideológica ou de pessoas.