Rui Rio venceu novamente o partido, neste sábado, mas abriu feridas internas. No seu discurso de vitória, feito a partir do Hotel Sheraton do Porto, deixou um recado para “aqueles que são dirigentes do partido, das distritais e das concelhias”: “Têm de se ligar mais aos militantes”. Pois, defendeu, esta “é a vitória dos militante de base do PSD”.
Questionado pelos jornalistas sobre como tenciona fazer pontes com os dirigentes do partido que manifestaram explicitamente o seu apoio a Paulo Rangel, o presidente reeleito afirmou que sempre teve “disponibilidade para fazer unidade”. “Agora, o que eu já aprendi é que muitos dizem que querem unidade e depois não querem unidade nenhuma”, apontou, desvalorizando novamente a importância de muitos dirigentes, que, segundo Rio, se movem por “interesses pessoais”.
Rui Rio identificou depois como principal objetivo uma vitória nas Legislativas antecipadas, marcadas para 30 de janeiro, assumindo que: “para ganhar Legislativas aquilo de que eu mais preciso são os militantes do PSD e esses eu tenho”.
O atual presidente dos laranjas foi eleito, pela primeira vez, em 2018 e reeleito em 2020. Em 2019, teve oportunidade de correr como candidato a primeiro-ministro, tendo então perdido. Irá agora defrontar, pela segunda vez, António Costa nas Legislativas antecipadas para 30 de janeiro. Eleições em que, a ganhar ou a perder – voltou a repetir, esta noite -, quererá “contribuir para a governação do País”.
Durante o discurso de vitória – ao som do cântico “Rio, vai em frente, tens aqui a tua gente” – o líder do PSD enumerou ainda as suas prioridades para chegar ao poder: “uma governação que tenha mais rigor e menos facilitismo”; que conduza o país a “mais riqueza e menos endividamento”, com um “espírito reformista” e que preste especial atenção ao Serviço Nacional de Saúde.
Ainda faltam apurar os resultados em 3 seções de voto, mas, de acordo com os dados oficiais divulgado pelo partido, Rui Rio vence com 52.46%. Ganhou nos distritos de Aveiro, Braga, Bragança, Faro, Leiria, Porto, Santarém, Viana do Castelo, Viseu, Évora, nos Açores e na Madeira.
Já Paulo Rangel conseguiu Beja, Castelo Branco, Coimbra, Guarda, Lisboa, Portalegre, Setúbal e Vila Real.