Já passou um mês desde o acidente na A6 que envolveu o carro onde seguia o ministro Eduardo Cabrita, e que provocou uma vítima mortal. Passado todo este tempo ainda não são conhecidas as conclusões das autoridades sobre o que realmente se passou no dia 18 de junho.
Fonte oficial da GNR confirmou à VISÃO, no início do mês, que a investigação aos acontecimentos decorrem sem qualquer obstáculo – desmentindo, assim, a notícia que chegou a ser avançada pelo Correio da Manhã dando conta que tinham existido impedimentos “por decisão superior” de serem feitas as perícias ao carro envolvido –, mas, passadas duas semanas, novamente contactada pela nossa revista, aquela força policial optou por não fazer quaisquer comentários: nem sobre o conteúdo do relatório, nem sobre a data prevista para a conclusão do mesmo. O Ministério Público (MP) também já abriu um inquérito ao caso. O processo, que está nas mãos do Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) de Évora, também aguarda pelo relatório final da GNR para poder avançar.
A principal dúvida em torno do caso – dando como certo que a vítima mortal foi atropelada na faixa da esquerda da via, junto ao separador central (tal como confirmado pelas testemunhas à comunicação social) – continua a ser a velocidade a que circulava o carro em que seguia Eduardo Cabrita. Nas várias intervenções públicas, feitas ao longo do último mês, o ministro, quando questionado pelos jornalistas, tem-se recusado a dar respostas, remetendo mais explicações para a conclusão do relatório da policia e do processo nas mãos do MP.
O tempo para a conclusão do relatório da GNR não deixa, porém, de causar certa estranheza, até porque o próprio modelo do carro permite, com facilidade, junto da prórpia marca, obter as informações essenciais sobre os acontecimentos, tal como a VISÃO já avançou.
Recorde-se que o acidente ocorreu no dia 18 de junho, por volta das 13h00, ao quilómetro 77 da A6 (sentido Évora-Lisboa), autoestrada que liga Marateca à fronteira do Caia, em Elvas. O alerta para o acidente rodoviário foi dado aos bombeiros às 13h14. Nuno Santos, 43 anos, um trabalhador de uma empresa subcontratada pela Brisa, que realizava trabalhos de manutenção da via, foi atropelado pela viatura – um BMW série 7 de 2011 – ao serviço do Ministério da Administração Interna (MAI), e onde seguia Eduardo Cabrita. A vítima ainda foi assistida, mas acabaria por falecer no local.