Hidrocarbonetos, chumbo, mercúrio, ácido sulfúrico. Há solos contaminados com químicos altamente tóxicos a serem remexidos e removidos sem as devidas licenças, como se se tratasse de simples areia, em obras da região de Lisboa. Foi essa a conclusão de uma investigação da VISÃO, que pode ser lida na edição em papel desta semana.
Das seis obras investigadas pela VISÃO, três haviam sido alvo de autos de notícia por parte dos inspetores do Ministério do Ambiente: uma em Paço de Arcos (Oeiras), outra em Carcavelos (Cascais) e outra ainda na zona de Santos (Lisboa). Mas o problema deverá ser muito mais generalizado: há cerca de dois mil locais contaminados em Portugal, de acordo com um estudo coordenado pela Universidade de Aveiro.
Há uma razão económica para que as empresas de construção nem sempre cumpram a lei: poupam milhões, ao evitarem tratar devidamente as terras. Quem perde é o ambiente e a saúde pública, já que muitos destes contaminantes, libertados em forma de gás na zona das obras, podem provocar doenças graves, incluindo cancro.