Em Portugal, mais de 20% da população afirma não conseguir suportar os custos que representa aquecer convenientemente a casa. São dados recolhidos pelo Eurostat, e que revelam que, na União Europeia, havia 8% da população que não conseguia pagar o aquecimento das habitações.
Portugal aparece entre os Estados-membros onde mais gente afirma não ter dinheiro para garantir uma climatização conveniente (20,4%). Pior, só a Bulgária (37%), Lituânia (29%), Grécia (26%) e Chipre (23%). Os países mais a norte, como o Luxemburgo, a Finlândia e a Suécia apresentam os melhores resultados, com apenas 2% da população a dizer ter dificuldades.
Apesar de os números não serem muito animadores em Portugal, a verdade é que este número tem vindo a diminuir consistentemente ao longo dos anos, com cada vez menos gente a afirmar ter dificuldades com o pagamento dos sistemas de aquecimento. Em 2010, 30,1% dos portugueses dizia que não conseguia suportar os custos que aquecer a habitação implicava. Em 2006, a percentagem era de praticamente 40%, segundo os mesmos dados do Eurostat.
Vários inquéritos levados a cabo por meios de comunicação social nos últimos anos têm revelado que os portugueses escolhem, por norma, os aquecedores elétricos ou a óleo como forma de aquecer a casa – uma das opções mais baratas à partida, mas que pesa bastante na conta da eletricidade. E Portugal é o sexto país da lista onde a eletricidade é mais cara para as famílias, segundo dados da Pordata.
Recentemente, o Jornal de Notícias noticiou que, entre 1 de novembro de 2018 e 25 de janeiro de 2019, morreram 19 portugueses devido a acidentes relacionados com o combate ao frio: perderam a vida em incêndios provocados por más ligações elétricas ou em aparelhos de aquecimentos, ou ainda por problemas com lareiras mal isoladas ou devido à inalação de monóxido de carbono. Segundo fonte do Instituto Nacional de Proteção Civil, citada pela mesma publicação, este é um problema estrutural. “É uma questão sobretudo social, de pessoas que estão sós e não deviam estar”, refere fonte oficial, notando que a maioria das ocorrências aconteceu em habitações de idosos no interior do País.