O PCP não concorda com a escolha de Paulo Macedo para presidente da Caixa Geral de Depósitos, considerando que o ex-ministro do PSD/CDS teve responsabilidades nesse “governo de má memória” para o país.
“O Dr. Paulo Macedo não reúne as condições para ser o presidente da Caixa Geral de Depósitos”, uma vez que o PCP considera que a escolha para o banco público devia obedecer a dois critérios: “ser competente e ser alguém que se identifique com o serviço público, que tenha disponibilidade para servir o interesse público”, explicou Jorge Pires, da Comissão Política do PCP.
Ainda assim, os comunistas garantem que “não complicam” este processo da Caixa e esclarecem que foram previamente informados pelo Governo de António Costa de que seria Paulo Macedo a escolha para suceder a António Domingues. “Fomos informados e, na altura, transmitimos ao Governo tudo isto que acabei de dizer”, adiantou Jorge Pires.
O que leva a que o PCP tenha “muitas reservas” sobre o nome de Paulo Macedo prende-se, explicou, com “o percurso político anterior – foi um importante ministro do PSD/CDS –, no ministério da Saúde fez um trabalho que levou a que parte do Serviço Nacional de Saúde fosse privatizado” e foi responsável pelo aumento das transferências públicas para serviços privados de saúde.
Jorge Pires diz que, de qualquer forma, aqui não se coloca a questão desta divergência afastar mais ou não o PS e o PCP, porque “é o Governo que decide”, o PCP está somente a “dar a sua opinião”.
Sobre o salário de Paulo Macedo – 35 mil euros –, o PCP volta a dizer que não concorda e lembra que ainda há poucos dias apresentou uma proposta para limitar o salário dos administradores da CGD a 90% do salário do primeiro-ministro.
Sobre a situação da Caixa, Jorge Pires lembra que é urgente que se estabilize o banco público, porque “há mais de um ano que não tem uma gestão a tempo inteiro” e, por isso, “não toma decisões importantes”. “É urgente resolver o problema, mas está a ser mal resolvido”, conclui.