O partido dirigido por Catarina Martins apresentou na quarta-feira, 20, o seu programa económico.
No encotro realizado na Casa do Alentejo, em Lisboa, os bloquistas identificam o endividamento das instituições financeiras, a fatura energética e a balança alimentar como os principais fatores de endividamento do país.
Para lidar com alguns desses constrangimentos, o partido propõe que seja criado um “verdadeiro” banco de terras, que se privilegie uma aproximação entre produtores e consumidores finais, que se invista 1% do Produto Interno Bruto (PIB) em energias renováveis e de desagrave a tributação sobre investimentos para melhorar a eficiência energética dos edifícios. O Bloco de Esquerda mantém ainda a proposta de se reestruturar a dívida externa do país, que considera responsável pelo colapso do investimento público e um travão ao crescimento da economia.
Noutras áreas, os dirigentes do Bloco de Esquerda também apresentaram medidas muito concretas. Como a de encerrar o offshore da madeira e a de pressionar as autoridades europeias para a criação de uma zona livre de offshores. Nesta área, os bloquistas querem ainda que o Banco de Portugal passe a registar os “beneficiários últimos” de todo do capital das instituições financeiras e que não possam ser realizados contratos públicos com empresas com offshores ou com planeamento fiscal agressivo.
O partido de Catarina Martins pretende ainda que o Tribunal de Contas passe a dar um parecer prévio e vinculativo a qualquer operação que aumente a dívida pública.
Em termos de transportes, o Bloco de Esquerda quer que seja concretizado o metro do Mondego e defende a não renovação da concessão da Fertagus (empresa que opera o comboio que atravessa ponte 25 de Abril, servindo as localidades da margem sul do Tejo). Os bloquistas querem também a separação da Refer das Estradas de Portugal e a sua fusão com a CP.
Na área da habitação, o partido pretende agravar o Imposto Municipal sobre Imóveis para fogos devolutos e que, no caso de execução de hipotecas, ocorra a extinção da dívida ao banco.