Há coisas a que um Presidente da República, mesmo que queira, não pode fugir. Uma delas é o protocolo. E esse vai manter-se na tomada de posse de Marcelo Rebelo de Sousa, no próximo dia 9 de Março. Mesmo aí, Marcelo conseguiu introduzir algumas novidades, ainda que subtis.
As cerimónias começam no Parlamento, às 9 horas, e o presidente cessante, Aníbal Cavaco Silva, fará a última revista às tropas. Haverá ainda as tradicionais intervenções do presidente da Assembleia da República, Eduardo Ferro Rodrigues, e a deposição de flores por Marcelo Rebelo de Sousa no túmulo de Camões, no Mosteiro dos Jerónimos.
É nesta tradição que o 19º Presidente da República Portuguesa introduz a primeira mudança: além de Camões, também o túmulo de Vasco da Gama terá direito a flores.
Mais inovador será o ato de participação em celebrações ecuménicas na Mesquita de Lisboa. O ato simbólico pode ser lido como uma manifestação da vontade do novo presidente em juntar o que geralmente anda afastado, recordando a necessidade de conciliação na vida política portuguesa. Afinal, a coabitação pacífica entre Presidente da República e Governo foi um dos motes da campanha de Marcelo Rebelo de Sousa.
O protocolo volta a cumprir-se para o almoço com os presidentes dos tribunais superiores e a condecoração do presidente cessante, Cavaco Silva, com a Ordem da Liberdade, pelas 18 horas.
Mas, ao cair da noite, às 20 horas, a tomada de posse vai – pela primeira vez – ganhar mesmo ambiente de festa. Pela praça do Município deverão passar artistas como José Cid, Paulo de Carvalho, Anselmo Ralph e Pedro Abrunhosa. Antes disso já a fadista Mariza terá dado voz ao hino nacional.
Podem não ser decisões políticas, mas são mudanças de figurino que não deixam dúvidas: o estilo vai mudar para os lados de Belém.