“O impacto da avaliação externa na classificação final das disciplinas sujeitas a exame/prova final de ciclo, dos alunos internos do ensino básico, é residual”. Esta é a principal conclusão do relatório técnico sobre “Avaliação das aprendizagens dos alunos no ensino básico”, realizado pelo Conselho Nacional de Educação (CNE) e apresentado hoje, quinta-feira, em Lisboa.
De acordo com o estudo, a Matemática é a disciplina na qual o efeito dos exames é maior. No quarto ano, 1,4% dos alunos, no sexto ano, 1,6%, e no 9º ano, 1,9% chumbaram à disciplina por causa do efeito que o exame teve sobre a nota final. A influência sobre o resultado final à disciplina de Português foi ainda menor: 0,4%, 0,3% e 0,3% chumbaram no final do primeiro, segundo e terceiro ciclos por causa dos exames. As provas finais têm um efeito de 30% sobre a nota final, sendo de 70% o peso da nota interna, obtida pelos alunos durante a frequência da disciplina.
Além da avaliação estatística do impacto dos exames nas notas finais dos alunos, o relatório sintetiza ainda as opiniões de diretores e professores de 25 escolas que foram consultados pelo CNE. A maioria dos representantes do sistema de ensino sustenta a necessidade de uma prova de avaliação externa para aferir a aplicação dos currículos mas diverge em relação à sua natureza, com impacto ou não sobre os resultados finais dos alunos. Entre os fatores negativos associados aos exames, os responsáveis das escolas detetaram o estreitamento curricular, com a concentração dos professores nas matérias de Português e de Matemática. Como principal benefício dos exames, os professores identificaram o envolvimento dos pais e dos alunos, por causa da repercussão que têm nas notas finais.