Durante o debate sobre o ‘estado da Nação’, na Assembleia da República, Pedro Passos Coelho sustentou que “esse compromisso é mais urgente hoje do que nunca” porque Portugal atravessa “aquela fase crítica e nova em que os riscos de vacilarmos no processo de ajustamento estão tão vivos como sempre estiveram, mas os sinais das suas recompensas são mais intensos do que alguma vez foram”.
No início do seu discurso, o primeiro-ministro referiu que insiste há muito que os desafios presentes e futuros de Portugal “exige visão de longo prazo e, portanto, um grande compromisso nacional, que vá além da atual legislatura, que coloque o futuro de Portugal em primeiro lugar”.
Passos Coelho reclamou ter tentado promover esse entendimento “em diversas ocasiões”, e mais à frente no seu discurso afirmou: “Cabe-me agora renovar o meu empenho na concertação de um entendimento entre esses três partidos e responder ao desafio que nos é colocado a todos. Para isso, não precisamos de anular as divergências políticas entre a coligação que suporta o Governo e o Partido Socialista – elas persistem e em democracia é natural e saudável que assim seja”.
“Para chegarmos a acordo é suficiente que nos concentremos nas necessidades do país e no interesse comum dos portugueses. Façamos por isso um acordo que corresponda ao desejo de todos – o de concluir com sucesso o programa de assistência em junho de 2014 e o de garantir que Portugal no futuro pós-‘troika” nunca mais tenha de sofrer uma crise como a que nos atingiu em 2011″, apelou.
“Portugal não pode parar agora”
Pedro Passos Coelho afirmou ainda que no 2.º trimestre deste ano pode ter-se registado crescimento económico, “ainda que tímido”, e defendeu que “Portugal não pode parar agora”.
Aplaudido de pé pela maioria parlamentar, o chefe do executivo PSD/CDS-PP defendeu que “a ação reformista do Governo deu novos alicerces ao crescimento económico do futuro”.
“Sabemos que o 2.º trimestre deste ano pode já ter interrompido a sequência de dez trimestres consecutivos de recessão e nos ter devolvido ao crescimento, ainda que tímido”.
“Governo suportado por ampla maioria e em plenitude de funções”
Passos Coelho afirmou ainda que o Governo de coligação PSD/CDS-PP está suportado por uma ampla maioria parlamentar, foi democraticamente eleito e está em plenitude de funções.
“Sabemos que a estabilidade é um bem precioso, sobretudo em circunstâncias como as nossas. Aqui falo de uma estabilidade ativa, dirigida para a resolução dos problemas do país, para o cumprimento dos nossos compromissos externos e para operar a viragem do ciclo económico. Não falo de uma estabilidade vazia, puramente circunstancial. Falo da estabilidade indispensável para ultrapassar a crise nacional que se arrasta há já tantos anos”, afirmou o primeiro-ministro.
“Essa estabilidade supõe a estabilidade política. A coligação que suporta o Governo goza de uma ampla maioria parlamentar. Suporta um Governo democraticamente eleito e que está em plenitude de funções”, acrescentou, recebendo palmas da maioria.