“Propomos uma renegociação profunda do nosso programa de ajustamento”, declarou António José Seguro na sua intervenção de abertura no debate da moção de censura do PS ao Governo, na Assembleia da República. Para o secretário-geral socialista, sem essa mudança é irrealista pensar que Portugal pode cumprir metas e prazos estabelecidos.
Num período do seu discurso em que se dedicou a apresentar algumas das ideias base de um futuro executivo liderado pelos socialistas, António José Seguro disse ter consciência que essa renegociação “profunda” com a ‘troika’ (Banco Central Europeu, Fundo Monetário Internacional e Comissão Europeia) será “difícil” e que exigirá “uma posição política forte”.
Já o primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, começou por defender que a moção de censura do PS ao Governo é perversa, por vir de quem conduziu o país ao “precipício financeiro”, injustificada face aos resultados e infeliz no tempo.
Na sua intervenção, o chefe do Executivo sublinhou que o Governo PSD/CDS-PP está a negociar, em coordenação com o executivo irlandês, a “extensão das maturidades dos empréstimos europeus da ‘troika’, que culminará dentro de pouco mais de uma semana nas reuniões que terão lugar em Dublin”.
“O PS mostra que nem aquilo que ele próprio considera como de relevante interesse nacional o impede de levar por diante o seu propósito interno de criar rutura com o governo e instabilidade política no país”, acrescentou Passos Coelho, acusando a direção socialista de António José Seguro de agir em função do “calendário partidário, em detrimento do calendário relevante para o país”.
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