Minutos antes das 15h00, parecia um sábado de tarde normal na cidade de Braga. Até que começa a avistar-se o primeiro grupo de jovens a chegar ao cimo da Avenida da Liberdade. Com cartazes de protesto em punho, aguardam pelos mais atrasados. O tempo ameaçava estragar a “manif”, mas S.Pedro esteve do lado da “geração à rasca” e a chuva não apareceu.
Aos poucos a praça foi enchendo. No início estavam tímidos mas eis que chega um outro grupo de jovens estudantes de megafone em punho a soltar os primeiros gritos da revolta. “Precariedade laboral não traz futuro ao pessoal”. Exigiu-se a demissão do Governo de Sócrates, com insultos à mistura, pediram-se novas políticas sociais e o fim dos estágios não remunerados.
Eram “cerca de mil”, assumiram vários dos presentes, entre os quais Pedro Castro, estudante de Engenharia Civil da Universidade do Minho, e um dos mais ativos nos protestos. Muitos bracarenses terão optado, contudo, por rumar ao Porto.
Aos mais jovens, juntaram-se também bastantes idosos, grande parte por temerem pelo futuro dos seus filhos. “Nós aqui somos pais à rasca”, justificaram. Entoaram cânticos de Abril, como Grandola Vila Morena e Vampiros, de Zeca Afonso. Prometeram continuar a lutar, mas ao chegar perto das 18h00 começaram a dispersar. E Braga voltou ao seu ritmo normal de sábado à tarde.