“Durante o último dia, os ocupantes lançaram 54 ataques com vários tipos de armas de longo alcance: artilharia, morteiros, canhões de tanques, com lançadores de foguetes do tipo MLRS”, denunciou o responsável pela Administração Militar Regional de Kharkiv, Oleh Synehubov, na rede social Telegram.
Os ataques afetaram os distritos de Saltivka, Pyatykhatky, Oleksiyivka, Kholodna Hora, Derhachi, Barvinkove e Chuhuiv, segundo o oficial militar, citado pela agência de notícias local Ukrinform.
Quatro das mortes ocorreram no distrito de Kharkiv, onde outros três cidadãos foram também hospitalizados, enquanto no distrito de Chuhuiv duas pessoas morreram e cinco ficaram feridas.
“A região de Kharkiv está pronta para qualquer cenário. As nossas Forças Armadas estão nas posições e a defender a região. Temos que manter uma retaguarda forte”, acrescentou Synehubov.
Oleksiy Arestovych, um dos conselheiros da Presidência ucraniana, já tinha afirmado que os russos perderam parte do seu potencial ofensivo e agora estavam a reagrupar e a redistribuir as suas tropas na tentativa de continuar a ofensiva em Mariupol e na região de Kharkiv.
Arestovych e outros comandantes militares ucranianos sustentam que a nova ofensiva russa será direcionada, a partir de agora, para as regiões de Donetsk e Lugansk, as autoproclamadas Repúblicas independentes reconhecidas pela Rússia, que as controla. Para atingir esse objetivo, segundo os militares da Ucrânia, o controlo da região de Kharkiv é essencial.
O autarca de Kharkiv, Igor Terekhov, pediu hoje à comunidade internacional que encerre o espaço aéreo da Ucrânia.
“Queremos que as bombas parem de cair sobre nós e os aviões inimigos parem de nos matar”, declarou Terekhov, depois de revelar que 16.000 infraestruturas na sua cidade foram destruídas.
Destas infraestruturas, 1.300 correspondem a edifícios residenciais, afirmou o autarca, durante um discurso transmitido por videoconferência no Fórum dos Autarcas, evento organizado pela Comissão Económica da ONU para a Europa, em Genebra, na Suíça.
De acordo com Arestovych, citado pela agência de notícias local Interfax-Ucrânia, as perdas russas agora totalizam 647 tanques (2,5 divisões de tanques), 1.844 veículos blindados de combate e 330 sistemas de artilharia. Os russos também perderam 107 sistemas de foguetes de lançamento múltiplo, 54 sistemas de defesa aérea, 147 aeronaves, 134 helicópteros e 1.273 veículos.
Segundo os dados ucranianos, não verificados por uma fonte independente, os russos também perderam sete navios e outras embarcações, 92 veículos táticos não tripulados, 25 veículos especiais e quatro mísseis táticos Iskander ou Tochka-U no conflito.
A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que matou pelo menos 1.430 civis, incluindo 121 crianças, e feriu 2.097, entre os quais 178 menores, segundo os mais recentes dados da ONU, que alerta para a probabilidade de o número real de vítimas civis ser muito maior.
A guerra já causou um número indeterminado de baixas militares e a fuga de mais de dez milhões de pessoas, das quais 4,1 milhões para os países vizinhos.
Esta é a pior crise de refugiados na Europa desde a II Guerra Mundial (1939-1945) e as Nações Unidas calculam que cerca de 13 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.
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