Em agosto de 2019, a britânica Prospect publicou um artigo em que explicava como Matteo Salvini, líder do partido Liga Norte, se tinha tornado no “ homem de Putin na Europa”. Nos últimos anos, o político italiano integrou a lista de políticos da extrema-direita europeia – onde também se contam Marine Le Pen ou Frauke Petry, antiga líder do partido Alternativa para a Alemanha (AfD), entre outros –, que, por diversas ocasiões, visitaram Moscovo e se tornariam nos (últimos) “amigos” de Vladimir Putin no Velho Continente.
Salvini chegou mesmo a fazer “gala” da admiração e apoio a Putin, pousando, por diversas vezes, nas redes sociais, com t-shirts de apoio ao presidente russo.
Esta terça-feira, o italiano deslocou-se à localidade polaca de Przemyśl, a apenas dez quilómetros da fronteira com a Ucrânia, mas quando se preparava para falar, em conferência de imprensa, frente à estação de comboios local – onde, diariamente, centenas de ucranianos chegam em fuga da ofensiva militar russa –, Salvini foi interrompido pelo presidente da Câmara de Przemyśl, Wojciech Bakun, que confrontou “o amigo de Putin”, acusando-o de sempre ter apoiado o Kremlin. “Não merece respeito”, disse-lhe o autarca, que trazia consigo uma t-shirt com o rosto de Putin, onde se podia ler “Exército Russo”, que Salvini anteriormente já tinha usado.
Visivelmente desorientado, Salvini ainda tentou responder aos insultos que, imediatamente, se começaram a fazer ouvir. Acabaria por abandonar rapidamente o local, enquanto alguns dos presentes o chamavam de “palhaço” e lhe diziam que deveria “ter vergonha” de marcar presença naquele local.