A imagem recolhida da aplicação flightrader24, que segue em tempo real os voos internacionais, fala por si. A Ucrânia fechou o seu espaço aéreo a voos civis depois de a vizinha Rússia ter avançado com o primeiro ataque ao seu território.
A segurança foi a principal razão nomeada pelo governo para o cancelamento de voos pelo risco de recurso a armas ou outros equipamentos militares que possam repetir o incidente de 2014, quando um míssil derrubou um avião que seguia na rota de Amesterdão para Kuala Lumpur e passava pelo território aéreo ucraniano.
A entidade reguladora de aviação da Europa, a Agência da União Europeia para a Segurança na Aviação (AUESA), já veio chamar a atenção para os perigos de voar na região da Ucrânia. Companhias como a Ryanair ou Wizz Air, que tinham ainda viagens agendadas para o território ucraniano, suspenderam todos os voos, medida já tomada por outras companhias como a Lufthansa ou a Swiss Air.
“A presença e o possível uso de uma ampla gama de sistemas de guerra terrestres e aéreos representam um alto risco para voos civis operando em todas as altitudes e níveis de voo”, alertou a AUESA. A Rússia também terá fechado alguns espaços aéreos a leste de sua fronteira com a Ucrânia, “para fornecer segurança” aos voos da aviação civil, segundo a Reuters.
A Rússia lançou hoje de madrugada uma ofensiva militar em território da Ucrânia, com forças terrestres e bombardeamento de alvos em várias cidades, que as autoridades ucranianas dizem ter provocado dezenas de mortos nas primeiras horas.
O Presidente russo, Vladimir Putin, disse que o ataque responde a um “pedido de ajuda das autoridades das repúblicas de Donetsk e Lugansk”, no leste da Ucrânia, cuja independência reconheceu na segunda-feira, e visa a “desmilitarização e desnazificação” do país vizinho.
O ataque foi de imediato condenado pela generalidade da comunidade internacional e motivou reuniões de emergência de vários governos, incluindo o português, e da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO), União Europeia (UE) e Conselho de Segurança da ONU.