As expectativas não faziam por menos. A quatro dias do arranque da Assembleia Geral das Nações Unidas, que junta quase duas centenas de líderes mundiais ao longo desta semana em Nova Iorque, a convicção expressa na página oficial da organização na internet antecipava “um dos encontros anuais mais consequentes na memória recente”. Em conferência de imprensa, o secretário-geral António Guterres proclamava que “a ONU é o local e agora é o tempo”, enquanto apelava aos chefes de Estado para serem “sérios” e “cumprirem”, insistindo numa “paz justa e duradoura no Médio Oriente, baseada numa solução de dois Estados”.
Não obstante o impasse nas negociações para o fim da guerra na Ucrânia e as investidas da Rússia no espaço aéreo de países da NATO, o momento de alta tensão na Faixa de Gaza domina as iniciativas diplomáticas e a respetiva atenção mediática nesta “semana de alto nível”, como é designada. O intensificar da ofensiva terrestre de Israel, a assunção pela ONU da existência de fome na região e a muito recente identificação, por parte de uma comissão de inquérito independente, do crime de genocídio contra o povo palestiniano levaram um conjunto de países ocidentais a marcar uma posição inédita.
França, Reino
Unido, Canadá,
Austrália, Bélgica,
Malta, Luxemburgo,
Andorra e São
Marino são os países
que escolheram
o mesmo momento
de Portugal para
reconhecerem o
Estado da Palestina