Passavam exatamente 15 minutos das oito da manhã do dia 6 de agosto de 1945, quando um bombardeiro B-29, acompanhado por mais duas aeronaves, sobrevoou a cidade japonesa de Hiroxima. A presença de apenas um bombardeiro com aquelas características não foi considerada suficiente para os militares nipónicos fazerem soar o alarme. Aliás, a maioria da população tinha acabado de sair dos abrigos, depois de, algumas horas antes, terem tocado repetidamente as sirenes, sempre que os radares detetavam esquadrões com dezenas e centenas de aviões. Afinal, nesse dia o mundo descobriu que bastavam uma aeronave e uma única bomba para espalhar a morte, a destruição e, ainda por cima, deixar sequelas para as gerações seguintes.
Sem aviso, o mundo entrava assim numa nova era: a do medo existencial da aniquilação nuclear.