“Os Estados Unidos estão a beneficiar de uma abundante mão-de-obra que atravessa a fronteira. Cria um problema na política interna, e nem todos os que entram no país dão um contributo positivo para a economia, mas essa oferta de mão-de-obra dá aos Estados Unidos uma vantagem comparativa em relação a outros países”, sublinhou Kristalina Georgieva numa conferência de imprensa das reuniões de primavera do FMI e do Banco Mundial.
Georgieva considerou que parte do “sólido crescimento dos Estados Unidos” – que o FMI previu aumentará este ano de 2,5% em 2023 para 2,7% – se deve ao facto de a imigração permitir que “não haja pressão para o aumento” dos salários e dos custos laborais das empresas.
Os Estados Unidos continuam a superar as previsões dos economistas, com uma recuperação pós-pandemia mais forte que o esperado, apesar das elevadas taxas de juro que não estão a conseguir controlar uma inflação que permanece longe da meta de 2% definida pela Reserva Federal.
A economia norte-americana representa um quarto da economia mundial e, segundo o FMI, será responsável por impulsionar o crescimento económico global em 2024.
A alta responsável do FMI afirmou também que outras das razões que estão a permitir aos Estados Unidos manter o seu crescimento, apesar de uma política monetária restritiva, é o facto de os preços da energia terem sido relativamente baixos.
Kristalina Georgieva recordou que a União Europeia (UE) não beneficiou de energia a preços reduzidos, o que fez com que fosse diferente o ritmo de crescimento desses dois grandes polos económicos mundiais.
“Quando olhamos para o futuro, se adicionarmos mais investimento em capital humano e uma força de trabalho mais ágil e dinâmica, e investirmos o capital de forma mais agressiva onde possa gerar maior produtividade, então podemos ter uma visão completa [do êxito económico]”, avaliou Georgieva.
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