Os Estados Unidos da América estão a chegar ao fim. Resta saber como. Todos os governos, todos os negócios, todas as pessoas vivas, todos serão afetados pela resposta.
O inimaginável tornou-se o dia a dia do americano. Bandos de bufões profanam o edifício do Capitólio, há gás lacrimogéneo e tanques nas ruas de Washington, uma guerra intermitente entre manifestantes e milícias, rebeldes armados a tentar raptar governadores em exercício, incerteza quanto à transição pacífica do poder ‒ se lêssemos isto acerca de um outro país, julgaríamos que já tinha começado uma guerra civil. Os EUA estão a resvalar para o tipo de conflito sectário que é comum em países pobres com histórias de violência, e não na mais perene das democracias e maior economia do mundo. A queda foi súbita. Há uma década, a estabilidade e a supremacia global americanas eram dados adquiridos. Recordar o 11 de Setembro de 2001 era pretexto para grandes demonstrações de unidade nacional. Os EUA eram sinónimo do triunfo da democracia. Isso acabou. A solidariedade desvaneceu-se. O sistema americano tornou-se um caso de paralisia digno de estudo. A violência política está a aumentar.