O governador do Banco de Moçambique, Rogério Zandamela, anunciou a redução da taxa de juro de referência para o mercado interbancário do país, designada por taxa MIMO, em conferência de imprensa, no final da reunião do Comité de Política Monetária (CPMO) do regulador financeiro moçambicano.
“Esta decisão é sustentada pela consolidação das perspetivas de inflação em um dígito, no médio prazo, num contexto em que a avaliação de riscos e incertezas associados às projeções continua favorável”, afirmou Zandamela.
Aquele responsável avançou que a CPMO continuará com o processo de normalização da taxa de juro de política monetária, no médio prazo, observando que “o ritmo e a magnitude continuarão a depender das perspetivas da inflação, bem como da avaliação dos riscos e incertezas subjacentes às projeções de médio prazo”.
A redução hoje anunciada acontece depois de o CPMO ter baixado, em janeiro, a taxa MIMO para 17,25%, valor que estava em vigor desde setembro de 2022, para 16,50%.
O governador do Baco de Moçambique declarou que, em fevereiro, a inflação desceu para 4%, depois de ter alcançado 4,2% em janeiro, refletindo, sobretudo, a estabilidade do metical e o impacto das medidas tomadas pelo CPMO.
Rogério Zandamela adiantou que, para o médio prazo, prevê-se a manutenção de um crescimento económico moderado, excluindo o setor do gás natural liquefeito (GNL), depois de no quarto trimestre de 2023, o Produto Interno Bruto (PIB) ter atingido 3,6%, melhor que os 3,3% no trimestre anterior.
“No médio prazo, antevê-se que a atividade económica, excluindo a produção de GNL, continue a recuperar, não obstante as incertezas quanto aos impactos dos choques climáticos na produção agrícola e infraestruturas diversas”, declarou Zandamela.
Assinalou que a pressão sobre o endividamento interno se mantém elevada, situando-se em 344 mil milhões de meticais (4,9 mil milhões de euros), um aumento de 31,7 mil milhões de meticais (459 milhões de euros) em relação a dezembro de 2023.
O governador do Banco de Moçambique notou ainda que as projeções da inflação continuam favoráveis, devido ao esforço de consolidação fiscal e ao impacto menos gravoso dos conflitos geopolíticos sobre a cadeia logística e os preços das mercadorias no mercado internacional.
PMA // ANP