O relatório anual da Oxfam sobre a desigualdade foi tornado público este domingo e traz números astronómicos: desde 2020, a fortuna das cinco pessoas mais ricas do mundo aumentou 114% para um total de 869 mil milhões de dólares tendo em conta a inflação, enquanto 5 mil milhões de pessoas em todo o mundo se tornaram mais pobres.
A manterem-se estas duas tendências, o primeiro trilionário pode aparecer dentro de uma década e seriam precisos quase 230 anos para eliminar a pobreza.
Vamos aos bilionários, então. Elon Musk, dono da Tesla e SpaceX, por exemplo, foi quem mais ganhou. No final de novembro do ano passado tinha mais 73% de riqueza do que em março de 2020. Estamos a falar de 245.5 mil milhões de dólares, um valor consideravelmente superior aos 191.3 mil milhões de Bernard Arnault. Em percentagem, o valor da fortuna do presidente da gigante francesa LVMH aumentou 111 por cento.
Seguem-se os fundadores da Amazon, Jeff Bezos, com uma subida de 24% para 167.4 mil milhões, e da Oracle, Larry Ellison, com uma fortuna de 145.5 mil milhões, um aumento de 107 por cento.
Este top 5 bilionário termina com Warren Buffet, CEO da Berkshire Hathaway, com uma fortuna líquida avaliada em 119.2 mil milhões de dólares, mais 48% do que em março de 2020.
O relatório da Oxfam, que reúne 19 organizações e mais de 3000 parceiros e se dedica a tentar encontrar solução para o problema da pobreza e da desigualdade, foi divulgado na véspera do arranque da 54.ª edição do Fórum de Davos, que deverá reunir 60 chefes de Estado e de Governo, até sexta-feira, entre um total de 2.800 participantes de 120 países, com o objetivo de procurar possibilidades de cooperação num mundo cada vez mais polarizado e marcado por conflitos armados que põem em causa o direito humanitário internacional e ameaçam regiões inteiras.
Ainda segundo o documento, as fortunas dos bilionários aumentaram três vezes mais rapidamente do que a taxa de inflação.