Pelo menos 100 elefantes foram encontrados mortos no Parque Nacional de Hwange, no Zimbabué. Segundo especialistas do Fundo Internacional para o Bem-Estar Animal (IFAW) estes animais morreram devido à falta de água.
Este parque nacional é o maior do Zimbabué e possui cerca de 45 mil elefantes, assim como mais de 100 outros tipos de mamíferos e 400 espécies de aves. Para manter esta vida animal, o parque tem mais de 104 furos que funcionam a energia solar e deveriam manter as fontes de água. Contudo, as temperaturas extremas que se têm registado têm baixado os níveis de água e nem os furos têm sido suficientes para colmatar as falhas que se registam, avisam as autoridades. As reservas e poços estão a secar e a obrigar os animais a percorrer distâncias maiores na procura por água e alimentos.
“Os elefantes mais afetados são os jovens, os idosos e os doentes que não conseguem viajar longas distâncias para encontrar água”, afirma Tinashe Farawo, porta-voz da Autoridade de Gestão dos Parques Nacionais e da Vida Selvagem do Zimbabué. As autoridades avisam ainda que estas mortes são resultado das alterações climáticas e do fenómeno El Niño.
O El Niño é um fenómeno climático natural que aquece partes do Pacífico e afeta os padrões climáticos de todo o mundo. Estudos indicam que o El Niño está a ter consequências cada vez mais extremas devido às alterações climáticas. Este ano, este fenómeno provocou chuvas abaixo da média na África Austral, tornando os períodos de seca mais longos e severos.
As autoridades temem que se repitam as consequências do El Niño de 2019, ano em que morreram 200 elefantes em Hwange devido a uma seca severa.
A organização The Bhejane Trust apoia o Parque Nacional de Hwange ao bombear diariamente 1,5 milhões de litros de água para os poços – um elefante de tamanho médio ingere cerca de 200 litros de água por dia.