A Al Jazeera informa que o chefe da sucursal deste órgão de comunicação em Gaza, Wael al-Dahdouh, perdeu a mulher, o filho, a filha e o neto, na quarta-feira, dia 25, na sequência de um ataque aéreo das forças israelitas.
A família do jornalista foi morta num ataque ao campo de refugiados de Nuseirat. Wael al-Dahdouh, que tem dado o rosto por reportagens em Gaza há 20 anos, tinha noticiado o ataque momentos antes de saber que a família tinha morrido, diz Wajd Waqfi, correspondente do canal árabe na Casa Branca, EUA.
Wael al-Dahdouh foi filmado a ser levado para uma tenda onde se encontravam vários sacos com cadáveres. Ao reconhecer a família, baixou-se para tocar e abraçar os corpos. “Matam os nossos filhos como vingança?”, ouve-se o jornalista a dizer. A Al Jazeera diz que outros membros da família de al-Dahdouh ficaram feridos e estão a receber tratamento hospitalar.
“Ninguém está a salvo da agressão nem da traição da ocupação”, lamentou Dahdouh em entrevista à Al Jazeera, horas depois do reconhecimento dos corpos da família, assegurando que pretende continuar a fazer reportagens sobre o que está a acontecer em Gaza. “Quando desempenhamos as nossas funções, fazemo-lo com o maior profissionalismo, no meio de corpos e feridos, e no meio da destruição”, destacou. “Trabalhamos para captar tudo o que acontece no terreno, sem qualquer manipulação ou exagero.”
A família do jornalista tinha deixado o norte de Gaza após ordem de Israel de evacuação e encontrado refúgio em Nuseirat, uma área alegadamente considerada segura.
Em comunicado, a Al Jazeera Media Network “condena veementemente o ataque e assassínio indiscriminado de civis inocentes em Gaza que provocou a perda da família de Wael Al-Dahdouh e de inúmeras outras pessoas”.
As forças militares de Israel já comentaram a situação e garantem que pretendiam atacar “alvos militares” que estão “sujeitos às disposições relevantes do direito internacional, incluindo a tomada de precauções viáveis para mitigar as vítimas civis.”