De acordo com um relatório do Banco de Moçambique sobre a balança de pagamentos do país no segundo trimestre, o agravamento do saldo negativo da conta corrente reflete “o incremento do défice da conta de bens”, em cerca de 118 milhões de dólares (111,5 milhões de euros), “justificado, em grande medida, pela redução das exportações dos Grandes Projetos, em 11,2%”.
Além disso, os saldos negativos das contas de rendimentos primários e de serviços no segundo trimestre “cresceram em 189,8 milhões de dólares [179,5 milhões de euros] e 47,5 milhões de dólares [44,8 milhões de euros], respetivamente”, neste caso “influenciados pelas operações realizadas pelos Grandes Projetos”.
Já excluindo os Grandes Projetos — relativos aos grandes investimentos em curso no país, essencialmente no setor do gás e mineração -, o saldo negativo da conta corrente de Moçambique até “diminuiu em 18,7%”, fixando-se em 1.172 milhões de dólares (1.105 milhões de euros).
Neste caso, reflete “a melhoria dos défices das contas de rendimentos primários e de bens em 32,3% e 11,5%, respetivamente, e do incremento do saldo superavitário das transferências correntes em 27,9%”.
O relatório identifica, no saldo da conta de bens, que as exportações no segundo trimestre caíram 8,2% face ao mesmo trimestre do ano anterior, para 2.012 milhões de dólares (1.898 milhões de euros), enquanto as importações recuaram 2,6%, para 2.248 milhões de dólares (2.125 milhões de euros).
Em termos acumulados, desde o início do ano, o défice da conta parcial de bens diminuiu em 86,7% – face aos seis meses de 2022 -, para 605,1 milhões de dólares (571,5 milhões de euros) até final de junho, “justificado, essencialmente, pelo decréscimo da importação de bens, com ênfase para as importações efetuadas pelos Grandes Projetos, que contraíram em 87,1%, fixando-se em 644 milhões de dólares [627,4 milhões de euros]”.
PVJ // MLL