O nome “Hamas” – grupo responsável pelos ataques contra Israel nestes últimos dias – significa “Movimento de Resistência Islâmica”. Este grupo palestiniano foi fundado em 1987 e é considerado uma organização terrorista pelos países da União Europeia, EUA, Reino Unido, Japão, Israel, Canadá e Austrália. Este grupo não reconhece o direito de existência de Israel e diz que o território ocupado por este Estado deveria pertencer ao povo islâmico. Atualmente o Hamas tem três líderes: Ismail Haniyeh, Mohammed Deif e Yahya Sinwar.
Ismail Haniyeh, o líder político
Tem 61 anos e é o atual líder político do Hamas. Juntou-se à organização na data em que foi criada. Entre 1987 e 1993 foi preso por diversas vezes pelo governo israelita e acabou por ser expulso para o Líbano durante seis meses. Em 2006, tornou-se primeiro-ministro da Palestina graças à vitória do Hamas nas eleições parlamentares e, um ano mais tarde, sucedeu a Khaled Meshaal como líder político do Hamas.
Vive afastado do território palestiniano, num exílio voluntário, dividindo-se, alegadamente, entre o Qatar e a Turquia. Faz campanha pela reconciliação entre o Hamas e Israel e mantém uma boa relação com chefes de outras fações palestinianas, até mesmo as que são rivais do Hamas.
Mohammed Deif, o “convidado”
Com 58 anos, é o inimigo público número um de Israel. Está ligado ao Hamas desde a sua criação e foi nomeado chefe militar do grupo em 2002. Pouco tempo depois sofreu uma tentativa de assassinato por Israel em Gaza, num ataque que o deixou ferido, alegadamente cego de um olho e sem uma perna. Em 2014, nova tentativa de assassinato de Deif provocou a morte da sua mulher e de um dos seus filhos.
Atualmente, é o líder das Brigadas Ezzdine al-Qassam, o braço armado do Hamas. É o nome mais esquivo desta lista, considerado um mestre do disfarce e com poucas fotografias públicas, sendo que a mais recente tem 20 anos. Não pernoita no mesmo local todos os dias como forma de escapar às tentativas de assassinato pelas forças israelitas. Desde 2015 que tem o nome na lista de “terroristas internacionais” dos EUA. É formado em física, química e biologia. É considerado o “cérebro” dos ataques que aconteceram nos últimos dias em Israel.
Yahya Sinwar, líder em Gaza
Aos 61 anos, é o chefe do grupo militante na Faixa de Gaza desde 2017, uma função equiparada à de “ministro da defesa”. Ex-combatente da ala militar do Hamas, subiu a pulso na hierarquia do movimento e acredita-se que permanece em Gaza.
Em 1989 foi convidado a quatro prisões perpétuas em Israel por ter raptado e matado dois soldados israelitas e quatro palestinianos. Acabou libertado em 2011 numa troca de prisioneiros entre os Hamas e Israel. Está na lista de “terroristas internacionais” dos EUA desde 2015. Rejeita a ideia de uma aproximação ou acordo entre Palestina e Israel.