Os funcionários da Amazon nos Estados Unidos receberam um email da empresa a chamar a atenção para o facto de não passarem tempo suficiente no escritório.
Nos emails enviados na última quarta-feira e partilhados com o jornal norte-americano Financial Times, alguns colaboradores eram advertidos de que “não estavam a cumprir as expectativas de se juntarem aos seus colegas no escritório três vezes por semana”.
Lê-se também que, desde que a política de trabalho presencial entrou em vigor, em maio, “é possível sentir o aumento da energia e da colaboração entre funcionários da Amazon e entre as equipas”.
Alguns trabalhadores questionaram o facto de o aviso ser um sinal de uma exigência de assiduidade ainda mais rigorosa. Em resposta às preocupações, a Amazon disse que a mensagem foi enviada para aqueles que não cumpriram a política, apesar de o seu edifício estar pronto para o regresso do pessoal.
A Amazon também admitiu que, nalguns casos, os avisos podem ter sido enviados por engano. “Embora tenhamos tomado várias medidas para garantir que este e-mail fosse enviado aos destinatários corretos, reconhecemos que pode haver casos em que nos enganámos”, afirmou a empresa.
A Amazon não é o primeiro gigante da tecnologia a afastar-se das regras de trabalho flexível implementadas durante a pandemia.
Em março, a Apple ameaçou ações punitivas aos trabalhadores que não regressassem ao escritório a tempo parcial e Elon Musk, pouco tempo depois de assumir o cargo de CEO do Twitter, agora X, exigiu aos trabalhadores que voltassem a tempo inteiro.
Em junho foi a vez da Google anunciar os seus planos de aplicar medidas mais rigorosas no horário híbrido de três dias por semana.
Mais recentemente, a Zoom, a empresa cujo software se tornou sinónimo do trabalho remoto, anunciou a sua política de regresso ao escritório que exige aos funcionários que se encontram próximos de um escritório “dois dias por semana” de trabalho presencial.
Os grupos de defesa dos direitos dos trabalhadores afirmam que estas medidas podem não surtir os efeitos que os gigantes da tecnologia pretendem e que obrigar os colaboradores a regressar ao escritório contra a sua vontade só vem reforçar o crescente movimento laboral no setor da tecnologia.