“Queríamos mostrar que estas 25 nações diferentes poderiam operar em conjunto desde o primeiro dia, e conseguimos”, disse o chefe da força aérea alemã, Ingo Gerhartz.
Este exercício, coordenado pela Alemanha e denominado “Air Defender 23”, reuniu cerca de 250 aviões militares de 25 países membros e parceiros da NATO, entre os quais o Japão e a Suécia, país candidato à adesão à NATO.
Cerca de 10 mil pessoas participaram nestes exercícios destinados, nomeadamente, a reforçar a interoperabilidade e proteção contra ‘drones’ e mísseis de cruzeiro em caso de ataque a cidades, aeroportos ou portos situados em território da NATO.
“Estes exercícios foram um sucesso total, não apenas taticamente, mas também em termos de organização”, afirmou Gerhartz na base aérea de Jagel, no estado de Schleswig-Holstein, no norte da Alemanha.
Dos 2.000 voos planeados, 1.800 ocorreram, declarou o responsável pela força aérea alemã, acrescentando que se tratou de uma taxa de conclusão “recorde” para este tipo de exercício.
O exercício foi concebido em 2018, em parte como resposta à anexação da Crimeia pela Rússia em 2014, e pretendia ser uma forma de “seguro” para o flanco oriental da Aliança Atlântica, embora não visasse especificamente “ninguém”, explicou Ingo Gerhartz, durante a apresentação do exercício.
Entretanto, estas manobras visavam também enviar uma mensagem, em particular à Rússia, explicou a embaixadora dos Estados Unidos na Alemanha, Amy Gutmann.
“Eu ficaria muito surpresa se um líder mundial não percebesse o que isto mostra em termos do espírito desta aliança, o que significa a força desta aliança, e isso inclui [Presidente da Rússia, Vladimir] Putin”, afirmou a embaixadora norte-americana.
O exercício resultou em menos interrupções no tráfego aéreo do que o esperado.
“O tráfego aéreo civil passou bem neste teste de ‘stress'”, disse o ministro dos Transportes alemão, Volker Wissing.
A invasão da Rússia na Ucrânia galvanizou a aliança militar ocidental, criada há quase 75 anos para enfrentar a União Soviética.
A Finlândia e a Suécia, que há muito mantêm a neutralidade oficial para evitar qualquer conflito com Moscovo, pediram para ingressar na NATO após a invasão russa de 24 de fevereiro de 2022.
Os finlandeses tornaram-se o 31º. membro da Aliança Atlântica em abril deste ano. A Suécia, que participou nestes exercícios aéreos, não é ainda um integrante oficial da Aliança.
CSR // APN
Lusa