Jens Stoltenberg, que vai acabar o mandato em outubro, foi questionado durante uma conversa no Fórum Bruxelas sobre como é que o seu eventual sucessor tem de conversar com Donald Trump ou outro Presidente dos Estados Unidos da América (EUA) que ameace sair da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO).
“A principal tarefa do secretário-geral é fazer com que a família permaneça junta, não é sempre fácil, nunca foi, e [é preciso lembrar que] até para os Estados Unidos é bom haver aliados e amigos, nenhuma outra potência tem tantos aliados, a China não os tem”, respondeu o secretário-geral da NATO acerca da preparação da cimeira de 11 e 12 de julho, em Vílnius, na Lituânia.
Trump, 45.º Presidente do EUA (2016-2020), ameaçou em várias ocasiões sair da Aliança Atlântica por causa da discrepância de investimento na organização entre os Estados-membros.
A despesa dos Estados Unidos na área da Defesa é, de longe, a maior dos 31 Estados-membros e Washington lidera também no investimento na própria NATO desde a criação da organização em 1949.
Na cimeira de julho é expectável que Stoltenberg insista com os 31 países que integram a NATO sobre a necessidade de ir mais longe na percentagem do Produto Interno Bruto (PIB) que é dedicado à Defesa.
O secretário-geral está a viajar para as capitais dos Estados-membros – esteve em Lisboa na última quinta-feira – em preparação para a conferência de Vílnius.
O Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, foi convidado para participar na cimeira, na sequência da invasão da Federação Russa, que provocou a maior crise de refugiados na Europa desde a II Guerra Mundial.
Durante a conversa para antecipar a cimeira de julho, Stoltenberg falou também sobre a adesão da Ucrânia à NATO e, apesar de reconhecer que tal é impossível enquanto este país estiver sob invasão da Rússia, “são os aliados e a Ucrânia que têm de decidir quando é que o país vai aderir, não é Moscovo”.
E reconheceu que esse dia pode estar mais próximo, uma vez que as Forças Armadas ucranianas estão cada vez mais em linha com os padrões dos 31 países da NATO, ainda mais quando os Estados-membros “começarem a treinar os pilotos” no uso dos caças F-16.
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