Os Estados Unidos anunciaram, na quarta-feira, o repatriamento de um cidadão saudita, detido há mais de 20 anos em Guantánamo, suspeito de fabricar bombas para a rede terrorista Al-Qaida.
O Departamento de Defesa norte-americano disse que Ghassan Abdullah al Sharbi, de 48 anos, foi transferido para a Arábia Saudita, depois de as autoridades dos EUA e da Arábia Saudita terem coordenado conjuntamente o repatriamento.
Em fevereiro do ano passado, o Pentágono indicou ter sido determinado que a detenção de Al Sharbi já “não era necessária” para proteger o país “contra uma ameaça significativa e contínua à segurança”. Como resultado, o secretário da Defesa, Lloyd Austin, notificou o Congresso dos EUA em setembro de 2022 da intenção de repatriar o prisioneiro para a Arábia Saudita.
Al Sharbi foi detido em Faisalabad, no Paquistão, com outro membro da rede terrorista Al-Qaida, em março de 2002. Até ao ano passado, nunca foi formalmente acusado.
“Os Estados Unidos apreciam a vontade do reino da Arábia Saudita e de outros parceiros em apoiar os esforços em curso dos EUA no sentido de um processo deliberado e abrangente centrado na redução responsável da população prisional e, por fim, no encerramento das instalações de Guantánamo”, de acordo com uma declaração daquele departamento.
Atualmente, 31 detidos permanecem prisão da base militar na baía de Guantánamo, em Cuba. De acordo com funcionários norte-americanos, 17 são elegíveis para repatriamento.
A transferência de Al Sharbi é a quarta libertação mais recente de Guantánamo, prisão onde chegaram a estar detidas quase 800 pessoas.
Vários presidentes dos Estados Unidos, incluindo Joe Biden e Barack Obama (2009-2017), prometeram fechar aquele centro de detenção, em Cuba.
Havana criticou repetidamente mais de “20 anos de abusos ultrajantes em território cubano ocupado ilegalmente”, numa referência ao centro de detenção que descreveu como “prisão atroz”.
EJ // JMC