A visita de Estado, a convite do Presidente português, Marcelo Rebelo de Sousa, inicia-se hoje de manhã com o depositar de uma coroa de flores no túmulo de Luís de Camões, no Mosteiro dos Jerónimos, pelo chefe de Estado timorense.
Segundo um comunicado do Ministério dos Negócios Estrangeiros português, José Ramos-Horta segue depois para o Palácio de Belém, onde receberá honras militares e assinará o Livro de Honra, antes de um encontro com o homólogo português.
De seguida, será recebido por António Costa na residência do primeiro-ministro português.
Durante a tarde, o chefe de Estado timorense desloca-se à sede da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), onde terá um encontro com o secretário-executivo da organização, o timorense Zacarias da Costa, e participará numa sessão solene.
Seguirá para a Câmara Municipal de Lisboa, onde o aguardará o presidente da autarquia, Carlos Moedas, que lhe entregará as Chaves da Cidade.
Do programa de hoje ainda consta uma ida à Assembleia da República, onde será recebido com honras militares e terá um encontro com presidente do parlamento, Augusto Santos Silva, alargado às delegações.
À noite está agendado um jantar oficial oferecido pelo Presidente da República português.
Segundo uma nota da Presidência timorense, Ramos-Horta, que tomou posse em maio passado, pretende “abordar a situação dramática de particular vulnerabilidade em que se encontram os jovens timorenses recém-chegados a Portugal”.
Segundo o Governo português, quase 1.300 cidadãos timorenses permanecem em Portugal, entre os quais perto de 200 que chegaram na madrugada de sexta-feira, tratando-se de uma “questão humanitária”.
De acordo com as autoridades, nos últimos meses, “entraram em Portugal cerca de cinco mil timorenses” e saíram outros cerca de quatro mil.
O Alto-Comissariado para as Migrações (ACM) identificou 825 cidadãos timorenses a viver em Portugal em situação de vulnerabilidade e quase 500 foram realojados em várias localidades do país.
A visita do chefe de Estado timorense visa também “reforçar e ampliar as relações bilaterais e de parceria entre os dois países, num momento particularmente imprevisível da atualidade, causado, sobretudo, pela guerra na Ucrânia e a crise económica a nível mundial”, além de “aproveitar partilhar com o seu homólogo os últimos desenvolvimentos económicos, sociais e políticos em Timor-Leste, sobretudo as próximas eleições legislativas, previstas para o próximo ano, 2023”, referiu ainda a Presidência de Timor-Leste.
Ramos-Horta, que se encontra em Portugal desde sábado, tem ainda prevista uma participação na abertura do encontro tecnológico WebSummit, numa mesa-redonda organizada pelo g7+ (organização que reúne países com conflitos ou em situações de fragilidade) e num evento de negócios.
JH (SMM) // LFS